Descoberto o maior local arqueológico submerso do mundo — e que guarda segredos dos Maias

Foto: Herbert Meyrl

Exploradores da Gran Acuífero Maya descobriram ligações entre o Sac Actún e o Dos Ojos -- sistemas de cavernas submarinas que contém inúmeros objetos dos primeiros povos da América e da cultura Maia.

Um grupo de exploradores descobriu que os sistemas de cavernas submarinas Sac Actún e Dos Ojos, na Riviera Maya, México, estão ligados e repletos de objetos dos primeiros povos da América e da cultura Maia — o que faz do labirinto subterrâneo, que mede cerca de 347 km, o maior e “mais importante” local arqueológico submerso do mundo, noticia o El País.

Guilhermo De Anda, especialista do Instituto Nacional de Antropologia e História e diretor da investigação, refere ao jornal espanhol que o sistema é um “túnel do tempo, que nos transporta em alguns casos para entre 12 mil a 10 mil anos atrás”.

A equipa da Gran Acuífero Maya levou 10 meses para conseguir descobrir a conexão entre os sistemas. Segundo o El País, no grupo há quem estivesse há quase 15 anos a tentar descobrir a ligação entre os túneis labirínticos submersos.

Os Maias encaravam as cavernas submarinas e os cenotes (cavidades naturais que ligam a superfície a águas subterrâneas) que lhes dão acesso como ‘submundo’, o terceiro dos níveis do universo maia — os outros dois são o céu e a terra –, podendo este ser comparado ao inferno cristão. Contudo, os Maias não lhe atribuíam a mesma conotação negativa. De Anda refere que o submundo maia “é uma região muito poderosa, mágica, onde reina o sobrenatural, onde habitavam deuses e divindades, onde convive o bem e o mal e também de onde surgiam os homens.”

Era através dos cenotes, que são dos principais elementos do mito da criação maia, que o povo comunicava com o mundo espiritual e sagrado. As descobertas dos investigadores de objetos de cerâmica, funerários ou sacrificiais, bem como de restos humanos, demonstram bem o misticismo destes locais.

Os investigadores encontraram ainda objetos da época colonial e vários restos de animais como preguiças, elefantes, tigres, cavalos e ursos. O facto de todo o local ser de bastante difícil acesso permitiu que estes materiais estivessem num bom estado de conservação e em condições ótimas para serem estudados.

Devido à ligação entre ambos os sistemas, os investigadores foram obrigados a atribuir-lhe um nome, optando por lhe chamar Sac Actún devido ao facto de este ser o maior de ambos os sistemas interligados. O Dos Ojos, por isso, deixou de existir.

Fonte: http://observador.pt/2018/01/16/descoberto-o-maior-local-arqueologico-submerso-do-mundo-e-que-guarda-segredos-dos-maias/ (16/01/2018)

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